MootiroMaps/29-06-2012
Saída Fotográfica no Morro do Vidigal, Zona Sul do Rio de Janeiro.
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Por que a saída?
editarA visita para a comunidade do Vidigal hoje foi a continuação de uma reunião que eu tive com Felipe Paiva, jovem líder e morador do Vidigal, sobre o uso do MootiroMaps no local. Nesta reunião que aconteceu no dia 26 de Julho, discutimos duas ideias principais:
- O mapeamento da especulação imobiliária e gentrificação que está acontecendo no Vidigal desde que o Rio virou a cidade dos megaeventos, devido a sua localização estratégica entre São Conrado e Leblon (bairros da Classe A do Rio) e sua vista incrível sob o mar.
- O mapeamento e a documentação histórica dos lugares e recursos do Vidigal, aqueles lugares que, por alguma razão que Felipe quer descobrir e relatar no MootiroMaps, tem um significado especial para os moradores e fazem parte da pouca documentada memória do lugar.
Seguindo esta conversa, Felipe me convidou para acompanhar uma saída já marcada com Theresa Williamson da ONG Catalytic Communities que trabalha sobre o tema das remoções forçadas em várias favelas.
Relato da saída
editarEsta saída foi hoje e começou na praça que marca a entrada para o Morro do Vidigal. Depois de uma introdução à história da favela por Felipe para o grupo (ver a lista dos Participantes abaixo) subimos a avenida principal do Vidigal, a Presidente João Goulart. No final da rua fica o chamado Parque Ecológico do Vidigal, área de concreto criado pela prefeitura para...bem, ninguém sabe direito. Daqui, chegamos no lugar mais lindo do Vidigal, se não o lugar mais lindo que eu já vi em uma favela: Sitiê - o sítio dos Tiês. O Sitiê é um lugar fantástico, uma oásis construída em um lugar que já era o principal lixão do Vidigal. A transformação começou em 2006, quando três amigos moradores do Vidigal (Mauro Quintanilha, Manoel Silvestre e Paulo de Almeida), incomodado com o lixo e cheiro, deram início à limpeza do terreno. Promovendo mutirões, conseguiram limpar tudo até a camada embaixo da terra que já foi tomada pelo chorume (líquido proveniente do lixo). Em seguir, recuperaram a vegetação nativa do espaço com a doação de mudas. Hoje, o Sitiê é um símbolo da sustentabilidade e saúde, com hortas orgânicas, terra viva, agua limpa, e pássaros cantando nas árvores. Também, é um lugar da criatividade e arte: Os quase 100 pneus que se acumulavam no local foram transformados em degraus de escada, aros de bicicleta servem hoje como superfícies de mesas e garrafas pet foram reusados para a construçaõ de bancos no jardim. Este ano, com a Rio+20 acontecendo na cidade, o numero de visitantes (principalmente estrangeiros) aumentou muito, porém, como Mauro lamentou "eles visitam, dizem que gostam muito e vão embora". O que falta é uma ajuda financeira para sustentar a sustentabilidade ao longo prazo. Continuamos nosso passeio, fotografando e gravando vários pontos de esgoto ao ceú aberto e canos com vazamentos, um dos principais problemas do Vidigal.
Durante a saída, conversei com Theresa que contou que está em processo de estabelecer uma parceria com a ONG Ecocity Builders e Ushahidi que criaram o EcoCitizen Worldmap. Combinamos um encontro para a próxima semana para ver as possibilidades de somar forças.
Lista dos Participantes
editar- Felipe Paiva, Fotógrafo, Ator, Morador, Liderança do Vidigal
- Theresa Williamson, Diretora Executiva Catalytic Communities
- Rexy Josh Dorado, Estagiário Catalytic Communities
- ..., Estagiário Catalytic Communities
- Liset Meddens, Dutch UN Youth Representative on Sustainable Development
- Ratalien Bekkers, Dutch UN Youth Representative on Sustainable Development
- Casal francês|inglês
- Moradora do Leblon
- ATigre